Ontem fui assistir a um show do Dércio Marques. E vi noticiado o lançamento do novo CD do Tom Zé.
A impressão sobre os dois é parecida: artistas em permanente processo de criação. Depois de tantos anos de carreira, não se acomodaram e nem esmoreceram.
Além de conhecer o trabalho registrado, é fundamental vê-los ao vivo. O Tom Zé é o seguinte: a gente estuda, trabalha, pensa, produz e, quando acha que já pode sossegar, procura o cara. Que joga tudo para cima, mostra uma nova maneira de ver o mundo e abre tantos caminhos.
O Dércio é assim: a gente busca conhecer os diversos fazeres artísticos, se esforça em comunicá-los, organiza os pensamentos e, quando acha que está no rumo certo, procura o cara. Que dá um revolteio em conceitos e padrões e apresenta a importância de se entregar, a cada instante, às canções e à arte.
Não sei se eles começaram muito cedo ou se são de uma geração mais antiga, mas o fato é que muitos jovens vão assisti-los e saem impressionados com a novidade e a força dos meninos.
Além da música e a postura em cena, têm as conversas e as improvisações nascidas do encontro com o público.
Resumindo, para nós, artistas e criadores, entrar em contato com estes dois é um convite ao desafio. É ter coragem de recomeçar, a cada canção, mergulhando em nossa cultura antiga e futura, de acordo com o momento vivido.
Não dá para explicar direito, mas é trazer para casa uma grande alegria e ter força para viver novos trabalhos, com a certeza de ser amparado pelo encantamento desse tipo de artista.
Queridos amigos, vão ouvindo, prestem atenção no Dércio e no Tom.
Feliz dia da criança.